Páginas

sábado, setembro 10, 2011

Os intolerantes...


Um site internacional que se define nacionalista branco e possui adeptos do ditador nazista Adolf Hitler voltou a fazer ataques racistas e preconceituosos a mulheres na internet. Agora, o alvo dessa comunidade, que usa a web para reunir grupos de intolerância, são as candidatas ao Miss Universo. Neste ano, o concurso ocorre no Brasil. Oitenta e nove representantes de diferentes nacionalidades, ascendências e misturas raciais disputam o título de mais bela do mundo na próxima segunda-feira (12), em São Paulo.
No fórum de discussão "Miss Universo 2011" da comunidade brasileira do Stormfront.org, foram postadas fotos das concorrentes e links sobre elas com ofensas racistas às negras, afrodescendentes e mestiças. Também há insultos às europeias, colocando em xeque o "grau de pureza" racial das garotas, levando-se em conta a opção religiosa delas. Há outros questionamentos se elas são realmente brancas pelo fato de algumas não terem olhos azuis e cabelos loiros.
Miss Universo 2011
Em meio aos mais recentes xingamentos em português na internet, oito das participantes do Miss Universo tiveram suas imagens reproduzidas no site.
“Essa é a "menos feia" de um país inteiro, como alguém consegue achar uma preta bonita?”, escreveu um dos membros do Stormfront (frente de tempestade, numa tradução livre do inglês para o português) sobre a miss Aruba, Gillain Berry, de 24 anos (na foto na sequência).




Em outro comentário, a miss Botsuana, Larona Motlatsi Kgabo, de 25, que é negra, é criticada de modo pejorativo por um integrante do site que diz morar em São Paulo. “Mas tenho que admitir que me surpreendi com a miss Botsuana. Tenho certeza que a minha empregada é mais bonita que ela. Dá um 'look ae':”.






 A representante de Angola é Leila Lopes, de 25 anos. Na opinião dos membros do site, além dela, outra negra da mesma idade, Bokang Montjiane, miss África do Sul, poderá ser escolhida pelos julgadores como a ganhadora do título de mulher mais linda do mundo numa decisão política.
Nos demais diálogos do fórum, os "nacionalistas brancos" afirmam que a vencedora do Miss Universo será uma negra pelo fato de o concurso ser realizado no Brasil, país onde a miscigenação é presente. “(...) é certeza que uma negra ganha essa, provavelmente a Angola (tá mais para uma mulata). Por quê? Primeiro: Liberais. Segundo: jurados querendo fazer média com Africanos, e seus descendentes como Brasilóides”, comentou um dos ‘stormfronters’. “Vai ser engraçado se ganhar uma preta aleatória. Terça que vem posto de novo. Ratificando: Vai dar preta, certeza. Btw, eu ainda não tinha visto a miss americana. Uma pena, vai cair fora rapidinho. Mas coitada, não tem culpa, apenas nasceu na pior época para tentar ser miss”, comentou um membro sobre as chances de vitória da ruiva de olhos claros Alyssa Campanela 21, dos Estados Unidos.
Os membros do Stormfront, que usa como slogan ‘White Pride World Wide’ (algo como Orgulho Branco ao Redor do Mundo), não perdoaram nem o bronzeado da dinamarquesa de cabelos ruivos e olhos claros Sandra Amer, de 21 anos, numa das fotos de divulgação da candidata. “Sobre a miss Dinamarca, que vergonha! Com tantas loiras clarinhas lá arrumaram essa coisa, pele de laranja”, escreveu um membro que diz morar no Rio Grande do Sul.

Um integrante que diz morar em Minas Gerais se revolta ao comentar que as misses estão tendo contato com a cultura brasileira durante o tempo de permanência delas no país. “E além de tudo o que ja foi discutido aqui, estão introduzindo a cultura brownsileira nas misses, o que é revoltante. Todos os dias elas estão naquelas escolas de samba.”
Investigação
O Stormfront já é conhecido da Polícia Civil de São Paulo. O site e seus membros são investigados há alguns anos pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), por suspeita de ser uma comunidade neonazista que recruta brasileiros. O grupo foi criado na internet nos Estados Unidos no início dos anos 1990 e arregimentou muitos paulistas. Segundo a polícia, para difundir a manutenção e expansão da raça branca, seus integrantes combinam ataques a negros, judeus, homossexuais, nordestinos e imigrantes ilegais.
Apesar de informar na sua página que a comunidade não é neonazista, racista, homofóbica e intolerante, há citações e fotos de oficiais de Hitler, suásticas e símbolos nazistas. Caso sejam identificados e considerados culpados, os donos dos comentários podem ser condenados a penas de reclusão de 1 a 3 anos. Como a punição é de menor potencial ofensivo, ela pode ser convertida em pagamentos de cestas básicas ou prestações de serviços comunitários.
Fonte: G1.globo.com

Um comentário:

  1. E não é que deu Miss Angola mesmo...
    Pena que tem gente que não enxerga que beleza e elegancia independem da cor da pele.

    ResponderExcluir

Prezados amigos e amigas seguidores e demais visitantes:

Obrigado pela visita e pelo comentário postado. Voltem sempre!