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sábado, julho 31, 2010

Crônicas com Eliane Volpato

NEM SEMPRE É PARA SEMPRE... 
De branco e linda, pois toda noiva, neste momento mostra o que tem de mais belo... entra no altar ela, que tanto sonhou um dia, por este dia...  Fico imaginando o que lhe passa no coração haja vista o turbilhão de sentimentos, muitas vezes desconhecidos, tomando conta de si.  Se tenta olhar a sua volta, pouco vê, com exceção de faces borradas, pois suas lágrimas assim o fazem... 
Difícil não prantear nesta hora, onde a emoção fala mais alta. Na maioria das vezes assim se faz... desse modo é que acontece! No entanto, ela, a noiva, procura pensar em coisas boas para que o sorriso apareça em seu rosto... Umas tantas conseguem... sorriem com a boca, com o olhar, com a alma...Outras choram a cerimônia inteira. Até aí, tudo certo, porque chorar também é bom... 
Mas...nestes atos simbólicos que assisto e me emociono, sim, de promessa de amor eterno, na saúde e na doença e até que a morte nos separe chega até mim, igual um sentimento de nostalgia, misto de dor e alegria, ao lembrar que a maioria das mulheres caminha pela nave, levando os seus mais perfeitos sonhos e apostando todas as suas fichas nesta promessa, que raramente tem sido levada a sério... 
O sentimento ilusório da perfeição, do querer o melhor... e dar o melhor, se faz vista em dias como os de hoje. Pois todos acham que é mais fácil viver de ilusão do que de realidade. Certamente, alguém pensa: 
_ Coitada, tão desiludida ficou que nem acredita mais em amor. Agora fica a escrever coisas sem fundamento... Concordo e discordo! 
Concordo, quando a gente se prepara de forma tal , sabendo que a vida a dois deva ser construída par e passo, dentro de uma realidade ora cruel, ora cheia de encantos, como altos e baixos de uma montanha, como as curvas sinuosas e as retas de um caminho, como as flores vivas que podem murchar, se não forem protegidas e tratadas como devam ser... 
Concordo quando sabemos ter suficiente maturidade para não fazer o outro de bengala... ser do jeito que queiramos que seja... servir de suporte material. Concordo, quando este sentimento fica valendo mais como companheirismo e compartilhamento, que necessidade do “não vivo sem você”... 
Claro que a gente vive! No começo é uma coisa de louco, um sofrer, uma derrota tão grande... que dá vontade de sumir do mapa! Mas é mais fácil perder um amor, do que perder um amigo ou amiga. Vinicius de Moraes já dizia; “Morro se perder um amor, mas morreria mil vezes se perdesse meus amigos”... 
Uma verdade incontestável, pois companheiro ou companheira, marido ou mulher nem parente é da gente! Dessa forma concordo... e mais uma vez repito... 
O amor deve ser amigo do amor. 
Discordo, a partir do momento em que usamos o amor para sempre... como forma de escudo, de medo de solidão, de necessidade financeira... Quando você ou eu aceitamos todos os desafetos e humilhações, em nome de algo que só nos dá sofrimento, mas ali ficamos... dando mil e um motivos para a sociedade civil e organizada que tanto cuida das aparências, mas não vai nem nos fazer uma visitinha para dizer: 
_ Olá, que tal? 
Discordo quando os problemas são maiores que as soluções, quando você desaprende de cantar, pular e brincar soltando a criança, que tem dentro de si, quando você tem ao seu lado alguém que jamais lhe diz uma palavra de conforto ou carinho, que lhe trata como se fosse algo descartável... 
Gente, descartável hoje? Só absorvente feminino e fralda de bebezinhos... porque o resto, pode reciclar! 
Assim fica mais fácil, se nada disso você tiver, recicle... mas não perca a oportunidade de ser feliz... 
Saiba, nem sempre é para sempre. Porém se o seu caso está no outro caso, há motivo suficiente para bendizer tudo isso, pois é um presentão que a Vida lhe ofertou... 
Daí sim, aposte no para sempre, eu estarei torcendo por você! Todos os que estiverem lendo agora, por certo também... colocando ainda votos de muito axé... muitas felicidades e muitos anos de vida...
Eliane Volpato - 
2010

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