Flagrante aéreo da Praia do Mar Grosso, com os Molhes da Barra e a Lagoa Sto Antônio aos fundos |
Muito embora também se tenha registro de forma esporádica deste tipo de "união" em algumas desembocaduras de rios mais ao Sul do Brasil, como na do Araranguá, ainda em Santa Catarina, e no Mampituba em Torres, e na Barra do Rio Tramandaí, em Tramandaí, ambas as praias no litoral norte do Rio Grande do Sul, o espetáculo anual, habitual e permanente da pesca com o auxílio de golfinhos (botos, para os brasileiros) só existe em três lugares do mundo: na costa da Austrália, na Mauritânia, país do continente africano, e em Laguna, Santa Catarina, mais precisamente na Barra dos Molhes, onde as águas do Rio Tubarão e da Lagoa Santo Antônio atravessam o canto Sul da cidade histórica onde nasceu Anita Garibaldi, para desaguar no Oceano Atlântico. É na temporada da tainha, que a parceria se torna mais freqüente e os pescadores passam o dia inteiro na água à espera dos cardumes trazidos pelos golfinhos. Com o auxílio dos alegres cetáceos, os pescadores chegam a capturar mais de 80 tainhas de uma só vez. Sem dúvidas de Laguna vem um belo exemplo de cumplicidade entre homem e animal. Basta os golfinhos ajudarem os pescadores a encher a rede de tainhas, que a parceria vira um espetáculo para encantar os turistas que ficam horas e horas esperando o espetáculo acontecer. Quando os golfinhos dão o sinal, as tarrafas começam a cair em sequência.
A convivência é tão forte que cria intimidade e cada golfinho é chamado pelo nome. Os pescadores conseguem não só identificar os indivíduos, como também os comportamentos que eles adotam, indicando a presença ou não de peixes na área. Esse nível de interação é único e ocorre somente na Barra dos Molhes. Em 1997, os golfinhos foram declarados patrimônio natural da cidade.
Em Laguna encontra-se uma quantidade de aproximadamente 50 golfinhos. Estes são conhecidos pelos pescadores locais, que os chamam pelos seus apelidos. Os golfinhos aprenderam a interagir com os pescadores, ajudando a "empurrar" os peixes em direção aos pescadores na margem da barra, que atiram suas tarrafas. Por sua vez os peixes que escapam das tarrafas são facilmente capturados pelos golfinhos. Não se tem precisão sobre o início da pesca com o auxílio dos golfinhos em Laguna. Sabe-se que é secular. Os pescadores mais antigos dizem que por volta de 1930 já existiam golfinhos velhos como Fandango, Chinelo, Judeu, Rampeiro, Alumínio, Cego, Boto Branco, Cisne Branco, Cisne Pequeno. Daí por diante foram se multiplicando. A cada ano de 3 a 5 novos golfinhos habitam a região. A partir da década de 50 os golfinhos mais velhos foram misteriosamente desaparecendo, e surgindo outros novos, tais como como Galha Torta, Galha Cortada, Marusca, Prego, Riscadeira, Borrachinha, Caróba, Lindinho, Figueiredo e outros.
Este post é uma coletânea de fotos que serve como homenagem ao fotógrafo lagunense Ronaldo Amboni, ele que passa dias e dias às margens da Barra só para pegar os flagrantes da união entre golfinhos e pescadores. São mais de 100 fotos para você se deliciar. Sendo que as 11 primeiras foram tiradas na tarde de hoje, acreditem, dia 15 de abril de 2013.
Este post é uma coletânea de fotos que serve como homenagem ao fotógrafo lagunense Ronaldo Amboni, ele que passa dias e dias às margens da Barra só para pegar os flagrantes da união entre golfinhos e pescadores. São mais de 100 fotos para você se deliciar. Sendo que as 11 primeiras foram tiradas na tarde de hoje, acreditem, dia 15 de abril de 2013.
3 comentários:
saudade das tainhas milton kkkkk
Também estou com saudades!
Olá! Obrigado pelo belo post!
Tenho uma pergunta: os turistas podem entrar na água e tentar chegar perto dos golfinhos e até tocá-los???
Roman
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