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sábado, novembro 20, 2010

Crônicas com Eliane Volpato

                                        Disciplina, Amor 
Hoje vou tecer mais uma lembrança em meu Cobertor de Estrelas. Uma estrelinha, de nome amor, que no momento atual, está ficando mesmo nas lembranças de cada um de nós, quase que sem o esplendor de antigamente, se transformando, em mera idéia a cada dia que passa, sendo esquecida no fundo do baú do nosso coração. Algo que está se tornando descrença e pavor.
O medo de falar da dor, o medo de amar, o medo de sofrer decepções e do inesperado, coisa que mais acontece conosco. O inesperado é hospede freqüente do nosso feijão-com-arroz. 
Claro que esta atitude não vem à toa, nem sem causa específica. Todos vivemos esta falta de afeto e de encontros, pois é bem mais fácil ignorar o que vemos ou sentir o que gostaríamos de sentir, pelo pânico que vamos adquirindo de nos machucar com as coisas arriscadas e desconhecidas. 
Neste meu tecer lembro de um famoso e sábio professor, que lecionava na Universidade de Southem- Califórnia-USA. Felice Leonardo Buscaglia, um escritor e igualmente professor desta universidade, ítalo americano, já dizia que os riscos precisam ser corridos, porque o maior risco na vida é não arriscar em nada. Somente quem arrisca é verdadeiramente livre. 
Tanto que em todos os seus escritos e falas, insistia, sobre a importância e o desafio das relações humanas, através da frase “amando os outros”. Assim, muito antes de nos darmos conta do que nos acontecia, realizou um projeto educacional, onde a matéria ensinada seria, Amor! 
Que coisa mais linda e tão cruel ao mesmo tempo! Os humanos tendo aulas de amor. 
Hoje, já falecido, passados mais de vinte anos, este projeto não mais está em pauta. Afinal, para que, ter uma aula de amor? 
Todo mundo sabe, em tese... mas praticar o amor, a reciprocidade, está fora do contexto. Dessa maneira, acredito que o aprendizado necessita ser readmitido em nossa vida. Não fosse a falta deste sentimento, o mundo com certeza, estaria bem mais apaziguado. 
Vivemos numa era em que tudo parece normal. 
Normal pela nossa covardia em fechar os olhos e não atacar o problema de frente, em assumir que muita coisa tem relevância, por menor ou maior que seja. 
O contrario do amor é o desamor... E ele toma conta da nossa casa, do nosso trabalho, das nossas escolas, da sociedade como um todo. 
Os reais valores ficaram esquecidos, como já escrevi anteriormente. 
Nós continuamos seguindo nossos passos sem deixar as pegadas para quem vem depois. Aliás deixamos pegada, sim. Pegada que ondas do mar facilmente apaga, o vento leva, a brutalidade acaba. Passos sem raízes profundas, parecidas com as que as gerações que nos antecederam deixaram e que cantamos em prosa e verso: “marcas do que se foi, sonhos que vamos ter...” 
Pensamos que o futuro não deva ser preparado no presente e que o que se atravessou não está mais na moda e muito menos nos nossos interesses. 
Imaginem nossa futura geração sem ter por onde seguir. Sem distinguir o certo do errado, o bem do mal. 
Eu não consigo aceitar esse viver! Mas é certo que só, não conseguirei chegar ao sonho que só o amor faz ocorrer. 
Assim, proponho, começar por nós a recordar as aulas de Amor, que falavam sobre moral, civismo, entre ajuda, solidariedade, respeito e pedir que nossas escolas tenham no seu currículo a disciplina de amor, que nossos corações vivam com amor, que o amor seja tão importante como respirar. 
Que este respirar seja a necessidade dos humanos, não apenas como forma de sobrevivência, que o amor seja tão imperioso quanto, por ele ser universal e inseparável em cada ser. 
Vale agora lembrar, que este amor tão especificado nas aulas ministradas por Buscaglia não fique como folhas caídas de uma estação, a do outono... mas que seja a eterna primavera do nosso coração e crie raízes intensas na terra fértil da nossa alma, numa eternidade. 
Que vire disciplina universal para quem deseja que nossa caminhada, marque sonhos bons e realizações melhores ainda, para que vem atrás de nós... 
Finalmente vou sugerir, bordemos a estrela maior, a da ternura ...da afeição e de tudo aquilo que signifique melhorar este nosso viver. 
Não falei em meu cobertor, falei em nosso, alcançou? 
Que tal bordarmos todos juntos uma grande Luz, que possa iluminar a mente humana e estendermos este trabalho numa noite fria, para aquecer todos os que precisam do calor humano. 
Você gostaria de realizar este bordado também? 
Comecemos então neste agora? 
Eliane Volpato 14/11/2010

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