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segunda-feira, janeiro 31, 2011

Desabafo....

As vezes fico a pensar que somos apenas um intervalo entre o feito e o por fazer... uma ruptura na sequência das coisas! 
Quando me deparo melancólico gosto de ouvir Ludovico Einaudi e hoje tenho uma razão especial. No final do dia de ontem, debaixo de um pôr do sol lindo na minha pequena Itapirubá, descobrimos que havíamos perdido, há mais de quatro dias, um amigo de infância que se criou nesta praia e que, como eu, vivia aqui seu momento sublime de solidão. Beto Emerick, o Beto do Friaça, como era conhecido, foi encontrado morto dentro da propriedade da família, a quatro casas deonde eu moro. Com quase a minha idade Beto não resistiu a uma cirrose hepática que o fez se recolher nos últimos anos à Itapirubá. Como estava sózinho no sobrado onde morava, seu corpo demorou a ser encontrado.Não sentimos sua falta antes até porque ele vez ou outra sumia, ia viajar, e não avisava nada a ninguém. Ontem, porém, os vizinhos sentiram algo estranho e resolveram investigar, descobrindo que estava morto dentro de casa. Sei que é algo muito pessoal e a maioria dos meus seguidores não tem nada a ver com isso, mas é uma forma de descarregar minha tristeza e me encontrar comigo mesmo. Não consigo deixar de lembrar as tardes em que caminhávamos pelo morro em busca dos ninhos de coruja; pelos campos do Marisol em busca da rãs para pescar traíras na Lagoa do Timbé, ou das tardes em que saiamos com as "cocas" para pescar siri na praia Sul. Itapirubá é minha vida, e Beto fez parte dela.
A música de Einaudi me alivia...me transporta...me faz sentir melhor! 
É como se a ruptura se fechasse na sequência da vida! 
Vai garoto! A tua caminhada aqui se encerrou!    
   

6 comentários:

Anônimo disse...

Querido Milton...
A dor da perda de uma pessoa querida e próxima realmente nos causa uma grande melancolia.. nunca estamos preparados para isso por mais que saibamos que essa é a nossa trajetória.. que estamos aqui apenas de passagem até conseguirmos cumprir com a nossa missão.. lamento muito por você está passando por isso.
Um grande e afetuoso beijo em seu coração..
*verinha*

Andreza disse...

menino Milton...

...a morte é uma lei universal,

a vida não existiria sem a morte,

a morte não existiria sem a vida...

assim como o sol precisa ir

para que a noite aconteça...

quando um amigo ou uma pessoa querida se vai,

não há motivo para sofrimento,

há motivo sim

para saudades dos bons momentos...

Dja disse...

Ola Milton

Sinto muito por sua perda, abraço pertadinho e um beijo no seu coração.

Milton Alves disse...

Verinha, Andreza, Dja... obrigado pelas manifestações. Obrigado mesmo! Quanto a morte do Beto o mais triste, confesso, não foi ela em si. Tenho plena consciência das nossas limitações nessa caminhada, aliás, tenho dito sempre que se existe uma coisa do qual não tenho medo, é da morte. O que mais me deixou entristecido foi o fato da morte solitária, e o foi não porque a família quisesse, mas sim porque ele provocou essa situação. Ele, na verdade, se isolou de todos com a doença.
De qualquer forma obrigado mais uma vez pelas manifestações.

Billycious Böy disse...

A Morte não é, como você disse no comentário acima (não sei se foi essa a intenção), uma ''limitação''. A Morte é um degrau a mais na nossa caminhada rumo à evolução do nosso espírito. Agora, com certeza, ele deve estar num lugar mais elevado e melhor que nós aqui.

Tecendo Lembranças disse...

Oi Amigo,perder um amigo é quase fosse morrer duas vezes. Acompanho teu sentimento e te mando meu grande abraço.
Eliane Volpato.

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