Amigos seguidores

sexta-feira, abril 01, 2011

O prato de arroz...

Corre na Internet há muito tempo uma narrativa baseada naquilo que, para muitos de nós, ocidentais, seria uma piada. A fato teria acontecido mais ou menos assim: Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta: 
- Desculpe-me, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz? E o chinês responde: - Sim, geralmente na mesma hora que o seu vem cheirar as flores!  E o texto se complementa com este pensamento: "Respeitar as opções do outro em qualquer aspecto é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Nunca julgue...apenas compreenda". Legal isso tudo, só que pouca gente se preocupou em ir atrás da veracidade desta tradição dos chineses de colocar um prato de arroz no túmulo dos parentes mortos. Nós fomos e descobrimos o seguinte.
    A LENDA CHINESA DA ORIGEM DO ARROZ
Apesar das divergências culturais e religiosas, se alguma coisa coincide nas diferentes civilizações orientais, é que o arroz é um alimento oferecido pelos deuses, devendo, por isso, venerar-se como tal. Na China convivem várias lendas, já que este é o país com as maiores culturas.


- Uma delas conta que uma deusa percorreu todos os pontos cardeais assediada pela fome até que, num lugar, encontrou uma erva e despiu-se à sua frente. A espiga deixou cair umas gotas de leite e a deusa entregou umas gotinhas de sangue. Daqui nasceu o arroz: branco por dentro e vermelho por fora.

- Há outra lenda da China sobre a origem do arroz. Contasse que há muitos anos havia um reino muito poderoso sob o governo de um rei magnânimo, sentimental e justo, que amava o seu povo e era por ele amado. A rainha participava dos sentimentos elevados do seu real esposo e era também muito querida por todos pelo seu coração boníssimo, sempre afeito à prática de boas obras. O rei, um velho chinês, amava de modo especial as crianças e procurava tudo fazer para alegrá-las e vê-las felizes nos seus folguedos e nas suas pequeninas ambições infantis. E porque adorava as crianças, resolveu um dia adotar uma menina loura, muito meiga e bonita, já que o casal real não possuía filhos e vivia muito triste por esse motivo.
A menina loura, sim, loura porque não pertencia à sua raça, crescia, crescia, e tornou-se uma das jovens mais lindas e admiradas de todo o reino. Lina, como a chamavam, entretanto nunca pode adaptar-se à alimentação que lhe davam.
Embora a contragosto, sempre queixava-se dos alimentos servidos, e o que conseguia comer mal dava para mantê-la de pé, tão fraco era o seu organismo e o seu estado geral, dia a dia, perdendo saúde e resistência. Como o Rei e a Rainha a amavam profundamente e preocupava-lhes demais o seu estado de fraqueza, fizeram-na Princesa da Corte para alegrá-la, enquanto chamavam a serviço do Rei os melhores cozinheiros então conhecidos, a fim de que dessem à Princesa os alimentos mais raros e apetitosos que fossem de seu gosto. Não obstante dona do coração e da vontade de seus amados pais, Lina cada vez mais enfraquecia, até que um dia a morte a levou para o outro reino desconhecido.
O Rei, passado algum tempo, e jamais esquecendo a sua Princesa loura, agora longe dos seus olhos e dos seus carinhos, tomou as maiores providências para que os cozinheiros, os técnicos em alimentação de todo o Reino, descobrissem um alimento que, pelo seu sabor, pela facilidade de seu preparo, pela abundância de sua colheita, fosse apreciado e preferido por todos e constituísse o alimento primeiro de todas as mesas, o prato favorito, do agrado e do interesse de todas as pessoas e, principalmente, de todas as crianças do mundo. Mas nada conseguiram, porque os seus conhecimentos eram limitados e só Deus guardava o segredo da natureza.
Até que um dia uma notícia maravilhosa espalhou-se por todo reino: junto ao túmulo da Princesa Lina, nasceu uma plantinha muito verde, esguia, que cresceu, de tal forma que encheu-se de cachos louros de uma pequena semente, muito branca e muito saborosa, que se tornou o alimento preferido de todos, o “alimento ideal” que o Rei tanto procurava, em memória de sua Princesa adorada. Essa plantinha era o arroz.

 - Outra lenda contada pelos chineses é a de que durante um grande período de fome, os habitantes da região Sichuam enviaram pássaros aos deuses pedindo um alimento para aliviar a sua fome, e como resposta os pássaros trouxeram grão de arroz.

Por isso o arroz como alimento venerado e divino, é oferecido aos mortos. Um antigo rito chinês consiste em colocar uma tigela de arroz cozido, com um par de pauzinhos (fachis) espetados na posição vertical aos pés do morto, para que ele possa se alimentar em sua viagem para o além.

E para fechar: Você sabe como surgiu o hábito de jogar arroz nos recém-casados?

- Certa vez, na antiga China, um mandarim poderoso quis dar prova de vida farta. Então fez com que o casamento de sua filha se realizasse sob uma "chuva" de arroz, iniciando a tradição.

PROF. KIBER SITHERC

Um comentário:

Lucas Stefano disse...

Coisas da China ... Apesar dos pesares ainda temos muito que aprender com esse povo maravilhoso. Belo post.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...