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quarta-feira, abril 06, 2011

Trilhas Sonoras (2)

Ao longo dos séculos XVI e XVII várias missões católicas foram criadas pelos jesuítas na América do Sul. Surgidas no século XIII, com as ordens mendicantes, esse trabalho de evangelização e catequese, desenvolveu-se principalmente nos séculos XV e XVI, no contexto da expansão marítima européia. Embora tivessem como objetivo a difusão da fé e a conversão dos nativos, as missões acabaram como mais um instrumento do colonialismo, onde em troca do apoio político da Igreja, o Estado se responsabilizava pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção aos cristãos. Durante o século XVIII o movimento missionário enfrentou problemas na América do Sul, em áreas de litígio entre o colonialismo espanhol e português. No sul do Brasil, a população indígena dos Sete Povos das Missões, foi submetida pelo Tratado de Madrid (1750), um dos principais "tratados de limites" assinados por Portugal e Espanha para definir as áreas colonizadas.
Pelo Tratado de Madrid, ficava estabelecida a transferência dos nativos para margem ocidental do rio Uruguai, o que representaria para os guaranis a destruição do trabalho de muitas gerações e a deportação de mais de 30 mil pessoas. A decisão foi tomada em comum acordo entre Portugal, Espanha e a própria Igreja Católica, que enviou emissários para impor a obediência aos nativos. Os jesuítas ficaram numa situação delicadíssima, pois se apoiassem os indígenas seriam considerados rebeldes, e se contrário, perderiam a confiança deles. Alguns permaneceram ao lado da coroa, mas outros, como o padre Lourenço Balda da missão de São Miguel, deram todo apoio aos nativos, organizando a resistência desses índios à ocupação de suas terras e à escravização. Dá-se o nome de "Guerras Guaraníticas" para esse verdadeiro massacre dos nativos e seus amigos jesuítas por soldados de Portugal e Espanha. Apesar da absurda inferioridade militar, a resistência indígena estendeu-se até 1767, graças as táticas desenvolvidas e as lideranças de Sépé Tirayu e Nicolau Languiru. No final do século XVIII, os índios já tinham sido dispersados, escravizados, ou ainda estavam refugiados, na tentativa de restabelecer a vida tribal, que os caracterizava antes das missões.
O filme “A Missão”, de 1986, dirigido por Roland Joffé, retratou com maestria esse massacre dos índios sul americanos, e Ennio Morricone, talvez tenha criado para este filme uma das mais marcantes trilhas sonoras da história do cinema moderno. Vamos a Soundtrack de hoje em mais um trabalho do canal de Youtube do espanhol Pelinor De Adeje .


Fontes de pesquisa: Historianet, Youtube e Wikipédia! 

2 comentários:

Sél disse...

Interessante esse texto...

Semana passada estava lendo um livro de História com fatos marcantes do Brasil (tipo assim um "resumão" popularmente falando) e havia um artigo sobre tribos indigenas do Brasil; infelizmente não me recordo agora do nome da tribo, mas o artigo fazia referência ao fato de que atualmente só tem 2 membros vivos em condições de casar e ter filhos, por ironia são dois irmãos. Duas crianças na faixa de 11, 12 anos... a foto mostrava os dois irmãos tomando banho num rio. Uma foto lindissima por sinal.
Praticamente já estão extintos, com certeza...como muitas outras que tiveram o mesmo fim.

Belo video.

Abraços

Ana Paula disse...

Prezado Milton!

Que coisa linda! Mais uma trilha emocionante e que belo trabalho esse rapaz do Youtube fez, não? Bacana mesmo. Aliás, tens razão. Enio Morricone talvez tenha feito em A Missão uma das mais marcantes trilhas sonoras do cinema.
Parabéns.

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