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segunda-feira, maio 02, 2011

7 perguntas após a morte de Bin Laden



Os americanos, e boa parte de outros cidadãos do mundo, estão aplaudindo a notícia de que as Forças Especiais dos EUA mataram Osama Bin Laden.  A operação militar bem sucedida é um tributo à habilidade das Forças Especiais Americanas, a perseverança dos profissionais de inteligência que caçaram Bin Laden por mais de uma década e a coragem de um presidente para ordenar um ataque militar que poderia ter falhado espetacularmente. Entretanto, a morte do maior terrorista do Mundo também levanta muitas perguntas. Aqui são sete:

1.     A morte de Bin Laden aleija a Al Qaeda e o terrorismo jihadista mais amplo?

Provavelmente não. A Al Qaeda há muito tempo deixou de ter uma operação centralizada. Bin Laden na última década havia se transformado na figura de um mentor. Os ataques terroristas, como o atentado a bomba que as autoridades alemãs interceptaram na semana passada, tinha sido planejado e seria executado por uma ala independente da Al Qaeda, os chamados "afiliados". No entanto, as Forças Especiais dos EUA podem ter pego, sim, informações valiosas no interior da casa no Paquistão, que poderiam ajudar a descobrir células terroristas e parcerias da Al Qaeda.


2.     Você pode matar um símbolo? 

Ao anunciar a morte de Bin Laden o presidente Obama disse que "Há mais de duas décadas, Bin Laden foi o líder e símbolo da Al Qaeda." Homens morrem, os símbolos não. Mesmo morto, Bin Laden continuará a inspirar os jihadistas tanto como ele fez em vida. A maior ameaça para o “Binladismo” não vem de balas americanas, mas a partir da perspectiva de que a “primavera árabe” irá refazer a ordem política no Oriente Médio.

3.     Onde está Ayman al-Zawahiri? 

Com Bin Laden morto, seu principal braço direito e homem frequentemente descrito como “o cérebro” da Al Qaeda, vai para o topo dos mais procurados na lista. Zawahiri supostamente ficou gravemente ferido em um ataque com mísseis no Paquistão em 2008, mas vídeos divulgados posteriormente o colocaram novamente em cena. Dizem que dada a sua profunda experiência operacional e astúcia, o egípcio Zawahiri seria mais capaz de planejar grandes ataques terroristas do que o próprio Bin Laden.

4.     O Paquistão é um parceiro confiável para os Estados Unidos? 

O presidente Barack Obama disse ontem à noite que "a nossa cooperação com o Paquistão ajudou a nos levar a Bin Laden". Mas a Casa Branca não notificou o governo paquistanês com antecedência e as tropas paquistanesas não participaram do ataque. O composto onde Bin Laden foi localizado se localiza a apenas quarenta milhas ao norte da capital paquistanesa, Islamabad, em uma cidade que abriga uma das principais base militares do Paquistão. Esperem ouvir muitas dúvidas sobre o valor e a viabilidade dessa parceria EUA/Paquistão.

5.     O EUA podem deixar o Afeganistão agora? 

Nos próximos meses o presidente Obama vai decidir se, e, com que rapidez vai retirar os soldados americanos do Afeganistão. A verdade é que a morte de Bin Laden dá ao presidente a abertura política considerável para fazer o que a maioria dos americanos querem: a retirada dos soldados. Ele sempre justificou a guerra no Afeganistão como forma de derrotar e desmantelar a Al Qaeda, e agora pode dizer que com a morte de Bin Laden o objetivo foi alcançado.

6.     Será que Obama vai se beneficiar politicamente da morte de Bin Laden?

Depois de desfrutar de um aumento modesto de prestigio no mês passado por ter salvo o governo da bancarrota financeira, é de se esperar uma outra reação nas próximas semanas, já que o público demonstra dar a Casa Branca um crédito pelo trabalho bem feito. Mas é de se considerar que o impulso que Obama receberá pela morte de Bin Laden será de curta duração. Daqui há pouco todo mundo esquece.

7.     Será que o fato vai unir os dois principais partidos americanos, que vivem se degladiando? 

John Boehner, Dick Cheney e Rudy Giuliani são alguns dos conceituados líderes republicanos que felicitaram Obama pelo fato. Como observou certa vez John Kennedy, a vitória tem mil pais. Mas não espere que este momento de unidade dure muito. As questões dividindo democratas e republicanos são profundas demais para serem superadas pela morte do mais famoso terrorista do mundo.

Fazer estas perguntas não diminui o significado do que a administração Obama realizou ontem. A morte de Bin Laden é o mínimo que se pode fazer em respeito às famílias que perderam entes queridos em 11/09. Ela mostra que os terroristas também pagam pelos seus crimes. Neste caso a justiça foi feita.

Por James M. Lindsay - Especial para CNN

Nota do Editor: Dr. James M. Lindsay é vice-presidente sênior do Council on Foreign Relations, co-autor de " America Unbound: A Revolução Bush em política externa " e ex-diretor de assuntos globais e Assuntos Multilaterais do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

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